Presidente tem endosso de 9 das 17 principais candidaturas nos cinco estados com maior número de eleitores; oposição diz acreditar que qualidade compensará vantagem governista
A contar pelas costuras de palanques estaduais nos cinco maiores colégios eleitorais do país, a presidente Dilma Rousseff conseguiu construir o maior número de alianças. Das 17 principais candidaturas colocadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, 9 delas estão no campo governista.
Somados, esses cinco estados detêm mais da metade do eleitorado brasileiro (53,5%). Somente nos três maiores estados do Sudeste - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – o campo governista conseguiu costurar sete candidaturas aos governos locais, quatro no Rio de Janeiro, duas em São Paulo e uma em Minas Gerais.
Já o candidato tucano, Aécio Neves, tem cinco candidaturas que defenderão seu nome nos cinco maiores estados do país, sendo que, em São Paulo, o tucano terá que dividir o palanque para a reeleição do atual governador do Estado, Geraldo Alckmin, com o pernambucano, Eduardo Campos (PSB).
Dilma, por sua vez, terá que dividir palanques no Rio de Janeiro. Ao oferecer a vaga para a disputa ao Senado para o deputado Romário, o petista Lindbergh Farias, candidato ao governo do estado, também cede palanque para Campos. Já o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que disputará a reeleição, cederá palanque para Aécio e Dilma.
Pelas alianças construídas, Eduardo Campos foi o candidato com maior dificuldade de inserção no Sudeste. Além dos palanques divididos que Campos construiu em São Paulo e no Rio, em Minas Gerais, o pernambucano terá a candidatura socialista do ex-deputado federal e ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado com poucas chances de vitória. Dilma terá em São Paulo, além do palanque petista liderado pelo ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o apoio do peemedebista Paulo Skaf.
Vantagem relativa
Enquanto petistas comemoram a quantidade de palanques fechados, os tucanos fazem questão de ressaltar que as candidaturas de oposição nos estados apresentam maior robustez. “Tem que avaliar direito porque o quantitativo não significa ser mais forte”, disse Antônio Imbassahy (BA), líder da bancada tucana na Câmara. “No contexto nacional temos palanques mais robustos, conseguimos as melhores alternativas. Como o próprio Aécio disse, fechamos o plano A em 90% dos estados”, disse o deputado.
“Conseguimos uma aliança ampla não só no Sudeste, mas em todas as regiões, com palanques fortes”, disse Alberto Cantalice, vice-presidente nacional do PT.
No Nordeste, região que era considerada como um grande obstáculo ao tucano, alianças fechadas com o DEM e com o PMDB permitiram que Aécio abocanhasse uma importante fatia dos palanques. No caso da Bahia, por exemplo, quarto colégio eleitoral brasileiro, com 7,1% dos eleitores do país, Aécio conseguiu fechar uma frente ampla, com apoio do prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, para a eleição do ex-governador Paulo Souto (DEM) ao governo do Estado.
Dilma ficará com o palanque liderado por Rui Costa (PT), costura feita pelo governador Jaques Wagner. Já o PSB lançará a candidatura da senadora Lídice da Mata (PSB) como palanque para Eduardo Campos.
No Ceará, diante da opção de Dilma de, preferencialmente, caminhar com o grupo político liderado pelo governador Cid Gomes (PROS) e seu irmão Ciro, o peemedebista Eunício Oliveira abriu o palanque para Aécio Neves ao se coligar com o PSDB e dar a vaga para a disputa ao Senado para Tasso Jereissati.
Os tucanos comemoraram muito não apenas o acordo com Eunício, mas falam com empolgação do acerto no Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte, estados em que o PSDB teve dificuldades em fechar suas alianças.
Por e Marcel Frota, iG de Brasília
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