Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em primeiro turno, com 267 votos. Arlindo Chinaglia (PT-SP) recebeu 136 votos, Júlio Delgado (PSB-MG) teve 100 votos e Chico Alencar (PSOL-RJ) recebeu 8 votos.
O clima de "já ganhou" tomava conta do gabinete da liderança do PMDB na Câmara, quartel-general de Cunha. No bolão realizado por seus aliados, os lances variavam de R$ 50 a R$ 1.500. Na noite de sábado, 31, o jantar de "camarões graúdos" e champanhe foi até o fim da noite, mas Cunha já estava no Congresso às 8h de hoje.
O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) também chegou cedo após tomar café da manhã em seu apartamento, em Brasília. Alguns aliados estiveram rapidamente com ele durante o café e demonstravam preocupação pois, também no PT, Cunha era tido como favorito.
Assim como em todos os dias das últimas semanas, o entra e sai do gabinete de Eduardo Cunha não parou ao longo do domingo. Ele recebeu a família e líderes partidários. Um pai de santo também circulou pelo local onde se concentrou o deputado evangélico. Ao longo do dia, fez e refez contas e evitou entrevistas. Chinaglia permaneceu trancado em sua sala das 12h até às 18h. "Eu vou fazer alguns telefonemas e fugir de você", disse ao repórter, em tom descontraído, após ser questionado sobre o que faria durante a tarde.
Para Júlio Delgado (PSB-MG), a batalha foi intensa: conversas nos salões da Câmara, ao telefone e na liderança do PSB e PSDB. "O voto é secreto", murmurava para parlamentares no corredor, pedindo votos. "Se todos que dizem votar em mim, votarem, ganho no 1º turno", disse, ironizando a confiabilidade das promessas dos colegas. Foram só duas pausas ao longo do dia. A primeira para almoçar em casa com a esposa e os filhos Matheus e Vinicius. A segunda destinada a exercícios de garganta para não perder a voz no momento do discurso.
Estadão Conteúdo
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