quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A difícil escolha

São Paulo – Visivelmente abatida, com a voz embargada, Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa que era liderada pelo ex-governador Eduardo Campos, disse que a morte do candidato impõe luto e “uma profunda tristeza” em todo o País. 

Ela fez um breve pronunciamento, no meio da tarde da ontem, e depois a Prefeitura de Santos, onde estava concentrada a imprensa, esperando por notícias sobre o acidente e o resgate dos corpos. Marina lembrou da sua convivência com Campos nos últimos dez meses e disse que manterá na sua mente a imagem de Campos ao se despedir, na terça-feira.
Vlademir Silva/Photopress/Estadão conteúdoPoucas horas após a tragédia, a vice Marina Silva falou aos jornalistas. Lembrou a convivência com Eduardo Campos, mas não comentou os rumos da campanhaPoucas horas após a tragédia, a vice Marina Silva falou aos jornalistas. Lembrou a convivência com Eduardo Campos, mas não comentou os rumos da campanha

“A imagem que quero guardar dele é a da despedida de ontem, cheia de alegrias e de sonhos”, contou. “Durante esses dez meses de convivência aprendi a respeitá-lo e a confiar nas suas atitudes e ideias de vida. Foram dez meses de intensa convivência e começamos a fiar juntos os ideais de um mundo mais justo”, disse. 

“Quero pedir a Deus que sustente a Renata, o Zé, o João, a Duda, o Pedro, o pequenino Miguel e todos os familiares do companheiro Eduardo Campos”, afirmou, em referência à esposa e aos cinco filhos de Campos. 

A candidata a vice desistiu de ir a Santos no avião com Eduardo Campos, apesar de ter sido convidada por ele. Marina estava com o candidato, quando ele foi entrevistado na noite da terça-feira pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, mas optou por voar direto para Guarulhos (SP) por uma questão de logística Ela gravaria ontem programa televisivo para a propaganda eleitoral gratuita, mas cancelou o compromisso e foi para casa, na capital paulista.

“O Eduardo convidou a Marina para ir com ele, mas ela tinha um voo de carreira para Guarulhos. A Marina foi uma sorte (ter escapado do acidente)”, afirmou ao Broadcast o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ). O parlamentar avalia que o momento não é de avaliar uma eventual candidatura de Marina à Presidência, pelo PSB, no lugar de Campos. Ele afirma que o assunto não está nas conversas entre integrantes do PSB e da Rede Sustentabilidade, partido que Marina tenta criar. “Essa tragédia fala mais alto”, disse.

Em decorrência da morte de Eduardo Campos, a coligação de partidos que apoiava o candidato deverá apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um novo pedido de registro com a composição dos candidatos a presidente e a vice, caso queira permanecer na disputa presidencial. Esse pedido deve ser feito em até 10 dias e é necessário que seja feita uma convenção partidária nesse intervalo de tempo. 
“Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação, a substituição deverá ser feita por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos políticos coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido político ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência”, diz a resolução 23.405 do TSE. 

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